Genoma é um código genético, que possui toda a informação
hereditária de um ser e é codificada no DNA. É o conjunto de todos os diferentes genes que se encontram em cada núcleo de uma
determinada espécie. Na dotação cromossômica haploide, um núcleo possui só um
genoma. O termo foi criado em 1920, por Hans Winkler, um professor da
Universidade de Hamburgo. O gene humano dispõe das informações básicas e necessárias
para o desenvolvimento físico de um ser humano, e é formado pela sequência de
23 pares de cromossomos. O genoma é a soma de genes que define como vai se
desenvolver e funcionar um ser vivente, é transmitido de geração em geração e
determina a espécie do ser vivo. No material encontram-se gravadas
características hereditárias encarregadas de dirigir o desenvolvimento
biológico de cada indivíduo. As doenças hereditárias também estão escritas no
genoma. Todos os seres vivos, desde os maiores, como o elefante, até os
minúsculos, como as bactérias, têm uma sequência genética.
A diferença entre o
genoma mitocondrial e o nuclear são suas respectivas estruturas. Os genes do
núcleo da célula possuem longas fitas, formadas por dupla hélice e que
codificam cerca de 100.000 genes. O genoma da mitocôndria (mtDNA) representa 1
a 2% do DNA celular, em duplo filamento circular, codificando apenas 37 genes.
Acredita-se na hipótese endossimbiótica, devido a existência do mtDNA. Esta
teoria sugere que o surgimento das células eucarióticas se deu com o
englobamento das células procarióticas sem ocorrer à digestão, e estas duas
desenvolveram uma relação simbiótica.
Não possui diferença na
sua composição química, em relação ao DNA nuclear, mas possui um código genético
apenas seu. Tem genoma haploide, por ser apenas de origem materna, não havendo
recombinação, pois se acredita que as mitocôndrias dos espermatozoides são
destruídas pelo gameta feminino (óvulo) após a fecundação. Existe uma região
não codificada que, aparentemente, controla a replicação e transcrição do
mtDNA. Quando comparada com o genoma nuclear, possui uma alta taxa evolutiva.
Sendo assim, tem sido muito usado em estudos evolutivos para a investigação de
linhagens antigas.
As
doenças mitocondriais ocorrem quando há uma mudança, mutação ou a falta de
algum gene. Quando há falta ou transformação de um cromossomo, ocorre um tipo
de anomalia no individuo. O genoma nuclear contém informações do pai e da mãe,
mas o genoma mitocondrial apresenta informações só da mãe. Outra característica
das doenças mitocondriais é o fato de que essas organelas presumiram do óvulo
que tem suas origens maternas. O papel das mitocôndrias se relaciona com a
liberação de energia indispensável para o trabalho celular. Para o seu
funcionamento, utiliza se oxigênio e substâncias orgânicas, que lhe serve de
combustível. As moléculas de açucares, por exemplo, são oxidadas e liberam
energia. A esse processo chamamos de respiração celular.
A mitocôndria pode ser
sede de diversas patologias. As anomalias podem ser estruturais ou simplesmente
funcionais. Algumas das anomalias são genéticas, enquanto outras são
secundárias. As anomalias com herança genética são passadas de mãe para filho,
afetando ambos os sexos igualmente. Os efeitos sistêmicos mais notáveis são os
neurodegenerativos, musculares (principalmente fraqueza) ou decorrentes de
disfunções metabólicas por excesso de ácido láctico.
Portanto,
a presença de material genético na mitocôndria fez emergir teorias sobre sua
origem. Muitos biólogos argumentam que a mitocôndria um dia teria sido um
organismo bacteriano fagocitado por uma célula eucariota, passando a partir daí
a viver em simbiose com seu hospedeiro. Seja qual for sua origem, sua função é
vital para a célula, sem a qual há morte celular e morte da própria
mitocôndria. Sendo assim, as mitocôndrias foram selecionadas como entidades com
baixo índice de mutações. Geneticistas aproveitam essas propriedades para
examinar, através do DNA mitocondrial, as relações de parentesco entre os
grandes grupos de seres vivos. Tendo-se como função a liberação de energia, a
mitocôndria se faz excessivamente presente em células do sistema nervoso e no
coração, uma vez que estes apresentam uma demanda maior de energia.
Pode se
concluir que o entendimento do funcionamento do genoma mitocondrial e nuclear
aumentou consideravelmente, auxiliando a compreensão de inúmeras doenças
aparentemente tão distintas, unificando-as sob um prisma genético e
fisiopatológico comum. Apesar de, até o momento, não existir tratamento específico
efetivo para as doenças mitocondriais, seu entendimento genotípico tem sido de
fundamental importância para podermos avaliar o prognóstico. O sequenciamento
do DNA humano, bem como o desenvolvimento de modelos experimentais para as
doenças mitocondriais, permite prever que um grande avanço nas pesquisas da
fisiopatologia dessas anomalias ocorrerá nos próximos anos.
REFERÊNCIAS:
NASSEH.
Ibrahim E, TENGAN. Célia H, KIYOMOTO.Beatriz H,
GABBAI. Alberto Alain. Doenças Mitocondriais, Unifesp, São Paulo, p. 09.
Portal
São Francisco, Mitocôndrias,
Disponível em:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mitocondrias/mitocondrias.php
> Acesso em: 07 de out. de 2014
InfoEscola, DNA
Mitocondrial. Disponível em:http://www.infoescola.com/genetica/dna-mitocondrial/
Acesso em 07 de out.de 2014
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