Todas as substâncias são feitas de
matéria, e a unidade fundamental da matéria é o átomo, que constitui a menor
partícula de um elemento. O átomo é composto de um núcleo central contendo
prótons (carga positiva), nêutrons (sem carga) e os elétrons (carga negativa)
que ficam em torno do núcleo, em diferentes trajetórias imaginárias chamadas de
orbitais. O elemento é uma substância feita de átomos de um tipo. Existem cerca
de 82 elementos que encontramos naturalmente, e cerca de outros 31 elementos
criados artificialmente em laboratórios de pesquisa. Uma molécula é formada
quando átomos do mesmo tipo ou diferentes elementos se combinam. A molécula é a
menor partícula de uma substância que pode normalmente existir de maneira
independente.
O último modelo atômico que ganhou
espaço na química e física moderna, foi o do físico dinamarquês Niels Bohr
(1885-1962), que propôs a estrutura do átomo com as suas partículas, que
lembram o Sistema Solar. Segundo Niels, no átomo tem-se o núcleo, onde fica os
prótons e os nêutrons (como se fossem o Sol), a eletrosfera onde ficam os
elétrons (como se fosse os Planetas) que teria sete camadas. (BOHR, 1913)
Mas
observou-se que era preciso algo para unir os átomos e em seguida criar
moléculas, que dariam forma e existência aos elementos encontrados na natureza.
Pois através desta observação foram descritas as ligações químicas com o
objetivo de explicar como ocorre a junção destas partículas tão pequenas.
As ligações químicas entre dois
átomos se estabelecem quando a força de união entre eles é suficiente para dar
origem a um agregado estável, que pode ser considerado como espécie molecular
independente. Apenas os gases nobres ou inertes (hélio, argônio, neônio, criptônio
e xenônio) e os metais em estado gasoso apresentam estrutura interna
configurada por átomos isolados. A quantidade de ligações que o átomo de um
elemento pode efetuar simultaneamente expressa sua capacidade de se combinar,
também chamada valência (LEWIS, 1916). Cada elemento apresenta, normalmente, um
número fixo e limitado de valências.
Basicamente, duas forças de
naturezas distintas atuam no interior da matéria: são as forças
intermoleculares, isto é, entre moléculas, e as forças intramoleculares, que
agem no interior dessas moléculas, entre dois ou mais átomos. As forças
intermoleculares podem ser descritas, sucintamente, como Pontes de Hidrogênio
ou Forças de Van der Waals. As forças intramoleculares são as famosas ligações
químicas, que podem ser do tipo iônico, covalente ou metálico.
O propósito deste texto é abordar os
aspectos referentes às ligações químicas. Ainda hoje as forças que atuam entre
átomos representam um dos aspectos mais intrigantes de todo o estudo da
química. Destas forças, as mais fortes são as ligações químicas, responsáveis
pela união estável de átomos, resultando na formação de moléculas, sendo estas
as bases constituintes de toda matéria que conhecemos. Essas ligações
representam interações entre dois ou mais átomos, interações essas que podem
ocorrer por doação de elétrons, compartilhamento de elétrons ou ainda deslocamento
de elétrons (PAULING, 1954). Cada um desses processos é caracterizado por uma
denominação de ligação química.
De modo geral, como fora mencionado,
pode ocorrer à doação e o recebimento de elétrons entre dois átomos, caracterizando
uma ligação denominada de ligação iônica. Nessa ligação, predominam as forças
eletrostáticas que atraem os íons de cargas opostas. Esta ligação é a
responsável pela formação de compostos iônicos, e ocorre entre um átomo
metálico e um átomo não metálico, com doação de elétrons por parte do primeiro
e recebimento de elétrons por parte do segundo. A ligação iônica ocorre quando um elemento metálico reage com
um a metálico. Os metais doam seus elétrons de última camada, esse serão recebido
pelos ametais.
Metais que possuem um, dois, ou três
elétrons na última camada se ligam com ametais que possuem cinco, seis ou sete
elétrons. Para formar a ligação iônica é necessário que um dos átomos possua
uma tendência de ceder elétrons, enquanto outro tenha a tendência de receber
elétrons. Os átomos com tendência a ceder elétrons são os metais das famílias
IA, IIA, IIIA, e os átomos que recebem elétrons são os ametais que apresentam
quatro, cinco, seis e sete elétrons na camada de valência. Os sais e outros grupos de minerais possuem íons
que formam compostos iônicos e, consequentemente, substâncias iônicas. Um
exemplo é a formação do sal de cozinha (cloreto de sódio) a partir de átomos de
sódio (Na) e de cloro (Cl) é o que mais representa uma ligação iônica. O átomo
de sódio consegue a estabilidade eletrônica quando perde um elétron, originando
o íon Na+. O átomo de cloro atinge a estabilidade quando recebe um elétron,
originando o íon Cl-. Os compostos constituídos pelos íons (Na+ e Cl-) são
designados compostos iônicos, por serem eletronicamente estáveis, ou seja, ocorre
uma interação eletrostática entre eles (cargas com sinal contrário se atraem). Quando
se combinam dois átomos que possuem uma mesma tendência de ganhar e perder
elétrons, ocorre então a formação de uma ligação covalente. Sob essas
condições, não ocorre uma transferência total de elétrons.
A ligação covalente, sempre entre
dois átomos não metálicos, forma os compostos de natureza molecular, de modo a
constituir uma molécula de natureza polar (ligação entre dois átomos
diferentes) ou apolar (entre dois átomos iguais). Segundo a teoria ou regra do octeto, os átomos
dos elementos ficam estáveis quando atingem a configuração eletrônica de um gás
nobre, ou seja, quando eles possuem oito elétrons em sua camada de valência
(camada mais externa) ou dois elétrons no caso de possuírem somente a camada
eletrônica K (LEWIS, 1916).
Assim, seguindo essa regra, os
átomos dos elementos mencionados possuem a tendência de ganhar elétrons para
alcançarem a estabilidade. O hidrogênio no estado fundamental possui somente um
elétron na sua camada eletrônica; assim, para ficar estável, ele precisar
receber mais um elétron de outro átomo. Com base nisso, consideremos agora a molécula de dióxido de carbono
(CO2). O carbono, que pertence à família 14, possui quatro elétrons na última
camada, e precisa fazer quatro ligações covalentes para ficar estável. O
oxigênio é da família 16, possui seis elétrons na camada de valência e precisa
realizar duas ligações. Desse modo, o carbono compartilha dois pares de
elétrons ou faz duas ligações duplas com cada átomo de oxigênio.
A ligação metálica traz um processo
distinto. Os elétrons distribuem-se sobre núcleos positivos de átomos
metálicos, formando uma nuvem eletrônica sobre toda estrutura da matéria
formada, sendo esta a responsável pelas propriedades metálicas da matéria
constituída. As propriedades de uma
ligação são diferentes das propriedades dos seus elementos constituintes. Observou
se que o ouro (Au) na forma como é encontrado na natureza não fabrica nenhum
objeto consistente, pois ele é mais maleável que a grande maioria dos metais.
Mas quando é adicionado à prata (Ag) e o cobre (Cu) formará uma ligação
metálica, aumentando a dureza e permitindo sua utilização para fabricar joias,
como anéis, pulseiras e relógios. A obturação dental também utiliza ligação metálica,
a amálgama dental, que tem liga de mercúrio prata e estanho.
Para fabricar materiais que tenham
maior resistência ao manuseio, é preciso recorrer à ligação entre os metais. O
aço, por exemplo, é formado por ferro (Fe) e carbono (C). Essa ligação fica tão
resistente que é usada na fabricação de peças metálicas que sofrem tração
elevada. Aumentando assim a resistência mecânica. O aço cirúrgico é usado para
a obtenção de instrumentos cirúrgicos, por apresentar alta resistência à
oxidação.
Referências:
PERUZZO,
Francisco Miragaia (Tito); CANTO, Eduardo Leite; Química na Abordagem do Cotidiano, Ed. Moderna, vol.1, São Paulo/SP- 1998.
SARDELLA,
Antônio; MATEUS, Edegar; Curso de
Química: química geral, Ed. Ática, São Paulo/SP – 1995.
Mundo Educação, Ligações Químicas. Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/quimica/ligacoes-quimicas.htm
> Acesso em 27 de out. de 2014.
Gostei!! Aprendi muito sobre essas ligações!
ResponderExcluir