O autoconceito pode ser definido como a percepção que o indivíduo tem de si
próprio e o conceito que, devido a isso, forma de si. É um constructo que ajuda a
compreender aspectos importantes do comportamento humano, como a uniformidade, a
consciência e a coerência da conduta observável, a noção de identidade e a manutenção
de certos estereótipos de ação na continuidade do tempo. O autoconceito pode ser
classificado em diversos tipos, como acadêmico, emocional, social ou físico. Cada qual
liga se a aspectos diferentes do comportamento humano. Entre os constituintes
intrínsecos do autoconceito realça-se a autoestima. Esta deriva dos processos de
avaliação que o indivíduo faz das suas qualidades, desempenhos ou virtudes. Ocupa, por
isso, um lugar proeminente na compreensão e na explicação dos transtornos emocionais.
O mesmo desempenha, assim, um papel significativo em diversos contextos,
particularmente na prática clínica. (SERRA, 1986).
De uma forma simplificada, podemos dizer que autoestima é a percepção de
valor que o indivíduo confere a si mesmo. Assim, a autoestima pode sofrer interferência
de diversos fatores (internos e externos) da vida da pessoa. Como na adolescência o
indivíduo passa por diversas transformações corporais e psicológicas, nesta fase, é
muito frequente que a autoestima seja abalada. Na puberdade, as alterações hormonais
provocam diversas mudanças corporais. Na menina ocorre o desenvolvimento dos seios,
o aumento de depósito de gordura nos quadris, o e o início dos ciclos menstruais. Nos
meninos ocorre o aumento de pelos no corpo, a mudança na voz, o aparecimento de
barba e bigode e o aumento de massa muscular. Nesta fase, o aparecimento de acne
(espinhas) também é muito comum.
Essas transformações corporais provocadas pela ação hormonal na puberdade
podem fazer com que o adolescente apresente certa dificuldade em reconhecer seu
próprio corpo. Algumas inseguranças com relação à sua imagem podem contribuir para
abalar a sua autoestima. Nesta construção de sua identidade, o adolescente procura no
grupo o apoio necessário para se sentir mais seguro. A aprovação do grupo e da família
é muito importante para estabelecer uma boa autoestima.
Os pais, sempre que possível devem procurar elogiar as boas atitudes dos seus
filhos. As críticas devem ser realizadas com cautela (e jamais na frente de outras
pessoas), para que o adolescente não se sinta humilhado. É interessante também que a
família não subestime os medos e inseguranças do adolescente, e que legitime seus
sentimentos. Entretanto, os limites devem ser bem estabelecidos, para que ele se sinta
cuidado e amado. Nesta fase de transformações e conflitos, uma autoestima elevada
pode contribuir para que o adolescente se sinta mais seguro, mais capaz de enfrentar
desafios e mais consciente do seu valor. Assim, o adolescente se sentirá mais motivado
a construir sua identidade de forma saudável e a conquistar seu espaço na vida.
A adolescência é um período muito importante na formação do homem. A
puberdade é uma fase onde ocorrem as transformações físicas nos jovens. É notório
dizer que adolescência é diferente de puberdade, pois a primeira respectivamente é
criada em meio ao contexto cultural onde o individuo vive e tem contato. A segunda é
um fator universal (não importa onde você esteja sempre acontece) que faz mudanças
internas e externas. A autoestima se encaixa neste contexto, o jovem deve desenvolvê-la
com a ajuda dos pais, professores enfim, toda a sociedade, ela esta inteiramente ligada
ao autoconceito que apresenta grande importância para toda a vida. A identidade
humana é criada desta forma, através do conceito que se tem de si mesmo gerada pela
autoestima na adolescência. Aquilo que você aprende geralmente é aquilo que você teve
ou estar tendo contato e tenta fazer igual.
Isso ocorre porque a imagem simbólica que ele tem do corpo ainda é carregada
de referências infantis que entram em contradição com os desejos e a potência sexual
recém-descoberta. É como se o psiquismo do jovem tivesse dificuldade para
acompanhar tantas novidades. Por causa disso, podem surgir dificuldades de higiene,
como a de jovens que não tomam banho porque gostam de sentir o cheiro do próprio
suor (que se transformou com a ação da testosterona) e a de outros que veem numa parte
do corpo a raiz de todos os seus problemas (seios que não crescem pés muito grandes,
nariz torto etc.) (MARTINS, 2014).
Face ao exposto, percebemos a importância da autoestima e do autoconceito na
formação e desenvolvimento da identidade seja do jovem ou adolescente. Todos os
indivíduos humanos devem ter uma boa concepção ou um bom conceito de si mesmo. A
sociedade muitas vezes causa traumas nesta fase, ocasionando a quebra da autoestima
modificando o autoconceito de pessoa que esta sendo atingida. O autoconceito
desempenha, assim, um papel significativo em diversos contextos, particularmente na
prática clínica. Encontra-se intimamente relacionado não só com outros conceitos
psicológicos relevantes, mas na criação da personalidade e caráter humano.
Referências Bibliográficas
SERRA, A. (1986) - A importância do autoconceito, Psiquiatria Clínica, 7 (2): 57-66.
Disponível em: http://repositorio.ispa.pt/handle/10400.12/2204 Acesso em: 09 de março
de 2015.
Instituto Adolescer, Psicoterapia para Adolescentes e famílias, Autoestima na
Adolescência Disponível e: http://www.institutoadolescer.com.br/artigos/autoestimana-adolescencia/
Acesso em: 09 de março de 2015.
MARTINS, Ana Rita. A busca da identidade na adolescência. 2014. Nova Escola.
Disponível em: .
Acesso em: 09 mar. 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário